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Derrubada da poupanca desanima o mercado

Com os saques superando em muito os depósitos desde janeiro, as cadernetas de poupança fecharam o primeiro semestre com um saldo negativo de R$ 38,5 Bilhões, o mais elevado da série histórica. As previsões do mercado são de que as retiradas continuem aumentando e os depósitos, minguando, enquanto persistir um cenário de inflação elevado, juros muito altos e desaquecimento da economia, que reduzem o emprego e pressionam os salários para baixo.

10/07/2015

Para cobrir gastos mensais, muitos aplicadores têm recorrido ao dinheiro anteriormente poupado para emergências ou para necessidades futuras, utilizando-o para cobrir despesas crescentes decorrentes da alta nas contas de luz, gás, telefone, água, bem como de alimentos e bens essenciais. A situação é agravada pelo desemprego que atinge quase todos os setores de atividades.

 

Em muitos casos, os resgates na poupança também são feitos pelos consumidores para quitar dívidas contraídas com a compra de bens de consumo duráveis, principalmente automóveis, de modo a evitar que fiquem com a ficha "suja" nos banco e financeiras. Constata-se que, mesmo assim, os índices de inadimplência se mantêm elevados, acarretando a retomada dos bens pelos financiadores, o que tem contribuído para movimentar ainda mais o mercado de carros usados, hoje vendidos até em leilões por empresas especializadas.

 

Como investimento, a poupança, que rende 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR), deixou de ser atrativa há meses. No semestre, o rendimento das cadernetas foi de 4,63%, abaixo da inflação acumulada no período, medida pelo IPCA, que alcançou 6,17%. Além disso, o mercado oferece opções bem mais rentáveis de baixo risco, como investimento em fundos de renda fixa, CDB e Tesouro Direito. Em junho, por exemplo, enquanto a poupança rendeu 0,68%, um fundo de renda fixa, investimento bastante conservador, teve alta de 0,85%.

 

O impacto dessa evolução sobre o setor imobiliário é preocupante. Como 65% dos recursos da poupança devem ser utilizados pelos bancos para financiamentos imobiliários, a derrubada dos saldos mensais desanima as construtoras e incorporadoras de fazerem novos lançamentos. O problema, como diz um especialista financeiro, não é só de carência de recursos, mas igualmente da falta de segurança das pessoas em assumir compromissos mais pesados, como a compra de um imóvel.

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